Regresso à pesca da sardinha com futuro incerto
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- Categoria: Notícias Regionais
- Publicado em segunda-feira, 02 maio 2016 10:50
- Escrito por: Vítor Agra
Depois de quase oito meses em terra, os cerca de dois mil pescadores da sardinha regressaram, esta noite, ao mar. Há 6800 toneladas para pescar até 31 de julho. Depois disso, ainda não se sabe. Carlos Cruz, o presidente da Apropesca, que representa 16 barcos da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde, prefere esperar para ver como corre o primeiro dia de mar. Depois dos apoios à paragem entre Setembro e Novembrode 2015, e apesar de proibidos de pescar sardinha até agora, quatro barcos da Apropesca arriscaram continuar ao mar à pesca do carapau e do biqueirão. Carlos Cruz descreve o cenário: carapau a 5 euros o cabaz de 22 quilos e meio, biqueirão que, em lota, ninguém o quer. Nem sequer se ganha para as despesas, diz o presidente da ApropescaAs organizações de pesca (OP) de todo o país acordaram só ir para o mar a 2 de maio e só haverá quatro dias de faina por semana (segunda, terça, quinta e sexta-feira). A ideia é reservar a quota para a altura em que a sardinha é melhor, tem mais procura e melhor preço e reduzir custos. Ao contrário do que aconteceu em 2015, este ano, deixa também de haver divisões de quota por organizações de pesca. Os totais admissíveis de captura diária são por barco: até 9 metros 1250 toneladas, barcos entre 9 e 16 metros 2500 toneladas e, acima de 16 metros, 3750 toneladas.Agora, explica Carlos Cruz, espera-se com expectativa os resultados do cruzeiro científico que ainda está a decorrer. Só nessa altura se saberá se se manterá a quota de 2015, as 13.500 toneladas. Recorde-se que, em 2015, a quota nacional de 13.500 toneladas esgotou em setembro. Houve apoios (20 euros por dia por pescador), ao abrigo do Promar, entre setembro e novembro, mas seguiram-se mais cinco meses em casa. Uns foram para o fundo de desemprego. Outros, sem seis meses de trabalho consecutivos, nem a isso tiveram direito. Este ano, a situação pode repetir-se. Apoios à paragem, só lá mais para o final do ano e apenas um mês, já que o novo Mar 2020 não prevê mais.
As declarações podem ser ouvidas na edição local.
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