Família de idosa acusa instituição de negligência
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- Categoria: Notícias Regionais
- Publicado em terça-feira, 15 março 2016 18:47
- Escrito por: Vítor Agra
Há uma polémica a envolver o Centro de Dia da Quinta da Granja, em Azurara, Vila do Conde. Uma idosa caiu na instituição. Júlia Laranjeira (na foto) não foi levada ao hospital, nem foi alertada a família. No dia seguinte, a mulher foi encontrada em casa, inanimada e já em coma profundo. Acabou por falecer, vítima de derrame cerebral, dois dias depois. As filhas não se conformam e acusam a instituição de negligência. À Rádio Onda Viva, uma das filhas, Marcília Nunes, contou, num testemunho emocionado, como tudo aconteceu.
Marcília diz que, até pelo aspecto da casa – o jantar em cima da mesa, as luzes e a televisão ligada –, a mãe terá perdido os sentidos pouco depois de regressar do Centro de Dia. Transportada ao Hospital de S. João, a idosa, de 82 anos, acabaria por falecer dois dias depois, na passada sexta-feira. Nunca chegou a acordar do coma. Marcília Nunes diz que médica lhe confirmou que, “muito provavelmente”, o derrame cerebral que sofreu teria sido provocado pela queda e que a mãe se deve ter sentido mal em casa.
A filha foi à instituição na quinta-feira, ainda antes da morte da mãe. Diz que a diretora lhe confirmou a queda e admite que talvez devesse ter mandado a idosa para o hospital. Depois disso, não disseram mais nada. Júlia Laranjeira faleceu no dia seguinte. Marcília Nunes diz que já contactou um advogado e não vai desistir de apurar responsabilidade. Acusa a instituição de negligência. Garante que vai lutar até ao fim. Não vai trazer a mãe de volta, mas pode, diz, pelo menos, evitar que aconteça o mesmo a outro idoso.
Marcília Nunes garante que a mãe era, apesar dos 82 anos, uma pessoa muito ativa e diz que se tivessem levado, de imediato, a idosa ao hospital, as coisas podiam ter sido diferentes.
Júlia Vinhal é a outra filha da idosa. Emigrada na Bélgica há vários anos, veio de imediato para Portugal, quando soube da morte repentina da mãe. Não se conforma. Diz que a culpa não pode morrer solteira.
A Onda Viva tentou contactar o Centro de Dia da Quinta da Granja, mas ninguém se mostrou disponível para prestar quaisquer declarações. Júlia Laranjeira foi, hoje, a enterrar em Azurara, Vila do Conde. As filhas prometem não baixar os braços até saber exatamente o que provocou a morte da mãe.
As declarações podem ser ouvidas na edição local da tarde.
by WebFarol