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Pescador das Caxinas desaparecido no mar da Irlanda

Há mais uma tragédia a enlutar a maior comunidade piscatória do país. Arlindo Rajão, de 46 anos, foi levado por uma onda. Seguia a bordo do “Pesorsa Dos”, um barco de armador espanhol e bandeira alemã. O pesqueiro levava a bordo mais de uma dezena de tripulantes, quatro dos quais das Caxinas. João Rajão, o irmão de Arlindo, é um dos pescadores. À mulher, Gisela Caruço, João contou que o irmão terá ido buscar uma bóia à popa do barco, quando foi levado por uma onda mais forte. Durante toda a noite de segunda para terça-feira, a tripulação do “Pesorsa Dos” procurou, sem sucesso, resgatar Arlindo. O pescador caxineiro foi engolido pelas águas. Ainda sem conseguir acreditar na tragédia, num testemunho muito emocionado, Maria do Céu Mateus, a companheira de Arlindo contou à Rádio Onda Viva o que já conseguiu saber.

O “Pesorsa Dos” tem quase 28 metros de comprimento e 85 toneladas. É um barco de 1974. Estava a 330 quilómetros da costa, a oeste de County Clare, na Irlanda, quando Arlindo foi levado pela onda. O pescador caxineiro terá caído à água por volta das 16h30 de segunda-feira. No local, estiveram, em operações de busca, a Marinha e a Força Aérea Irlandesa.

O barco dedicava-se à pesca de peixe-sapo (ou tamboril). Arlindo e João tinham começa em Janeiro a trabalhar a bordo do “Pesorsa Dos”. João rumou a outros mares fruto da paragem obrigatória na pesca da sardinha. Arlindo tinha estado de baixa e regressou, agora, ao trabalho. Ir para o estrangeiro e dar uma vida melhor à família foi “uma opção” e, diz Maria do Céu, “andava muito contente”. Tinham arrancado a 4 de Janeiro. Regressariam em Março, depois de 70 dias de mar. Vieram a terra pela última vez no domingo. À mulher, Arlindo disse que estava tudo bem e parecia satisfeito com o novo trabalho.

Arlindo Rajão é um de três irmãos. O outro, João, está a bordo do “Pesorsa Dos” e ainda não regressou a Portugal. A irmã, residente em Espanha, está a caminho de Portugal. Arlindo tem dois filhos de 18 e 25 anos, atualmente a viver com a mãe em Espanha.

Ainda há um, Américo Martins, um pescador da Póvoa de Varzim, desapareceu num naufrágio ao largo do Reino Unido, no estreito de Dover, no Canal da Mancha. O corpo do poveiro de 49 anos nunca mais apareceu. Deixou dois filhos de 19 e 13 anos. Agora, um ano depois, o luto voltou a maior comunidade piscatória do país.

As declarações podem ser ouvidas na edição local da tarde.

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