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PS, CDS, CDU e parte do PSD chumbaram contas de Daniel Bernardo

Com órgão executivo de coligação PSD/CDS e Assembleia onde o PSD não tem maioria,  afigura-se  cada vez mais incerto o futuro e desunida politicamente a União de Freguesias da Póvoa de Varzim/Beiriz/Argivai. É que ontem à noite o Relatório e Contas de 2014 foi chumbado pela Assembleia da União com os votos contra do PS, da CDU, do CDS de dois elementos do PSD de Argivai, terra que foi também um dos pomos de da discórdia  numa reunião magna  - que alguém comparou a um episódio de uma  série clássica  britânica de humor  absurdo, recheado com  discursos inflamados, cheio de peripécias aliadas a alguns momentos de quase non sense politico. Até falha de luz elétrica houve. E Daniel Bernardo, eleito pelo PSD mas em coligação com o CDS, a dizer no fim que nada está perdido. Só cairia a Junta se todos os eleitos para a Assembleia da União se demitissem. “Ou se me dessem um tiro”, ironizou.

Daniel Bernardo parece assim descartar e não temer, para já, um eventual cenário d eleições antecipadas. De resto o autarca, afirmou que não foi apanhado de surpresa pelo chumbo das Contas do executivo de 2014, acrescentando que já está a pensar “em trabalhar em duodécimos” (ou seja, através um sistema de gestão autárquica em que é divido o ultimo orçamento em 12 partes e a ação do executivo fica condicionada, limitada a aqueles determinados valores.

Entretanto, ao que apurámos, PSD e CDS já deram o “toque reunir” nos quartéis-generais respetivos. E no ar paira a sombra de uma moção de censura. Pelo PS, Ricardo silva identificou-a e descortinou-a já na reunião de ontem à noite, com a reprovação das contas.Do lado da CDU, Mário Mateus disse que equaciona hipótese de apresentar uma moção de censura à Junta liderada por Daniel Bernardo. Surpresa da noite foi o “abrir da torneira” da paciência  de Augusto Moreira, que parecia há muito tempo  andar a remoer coisas dentro dele. E o autarca dirigiu vários ataques, recusando fazer “o papel de joguete” de Daniel Bernardo, sublinhou. Daniel Bernardo devolveu os remoques com críticas a Augusto Moreira, apelidando-o de “traidor” que “difama”. Quanto a Delfim Brás, o tesoureiro eleito pelo CDS a quem o presidente retirou os poderes políticos e a confiança falou alto e bom som, disparando contra Daniel Bernardo, usando até expressões que Bernardo usara há dias para se referir à alegada quebra de lealdade de Delfim Brás com o presidente da agregação de freguesias.

Também Esmeralda Carmo, a vogal do CDS com o pelouro do Desporto exigiu tribuna para dizer de sua justiça e reafirmar que procedeu, na sua maneira de ver, corretamente em todo o “processo satélite” da edição deste ano do Torneio Ovo de Páscoa, que terá despoletado este caso,  cada vez mais imbricado e de consequências  relativamente improviseis.

Mas esta tempestade política ainda não terminou. Ao que apurámos, as concelhias do PSD e CDS reúnem este fim-de-semana para debater a pública e notória crise instalada na coligação e tudo à volta. A Onda Viúva sabe que, em sede de reunião do executivo, as contas de 2014 terão merecido a abstenção de Delfim Brás, Esmeralda Carmo e Augusto Moreira.

As declarações podem ser ouvidas na edição local das 10 horas.

 

 

 

 

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