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Pedida pena máxima para homicida da Estela

A procuradora do Ministério Público do Tribunal de Matosinhos pediu, esta tarde, pena máxima para Paulo Silva. O empresário poveiro, de 44 anos, está acusado de ter morto a tiro os ex-sogros, Domingos e Fátima Lima, a ex-mulher, Sílvia Lima e o enteado, Renato Alves, no dia 28 de Abril de 2015, no interior do café S. Tomé, na freguesia da Estela.

“Quis efetivamente matar estas quatro pessoas porque atingiu-as a curta distância e em zonas vitais e, antes de fugir, certificou-se de que estavam mortas”, disse a procuradora do MP durante as alegações finais, no Tribunal de Matosinhos, justificando, assim, o pedido ao coletivo de juízes para que o condene a 25 anos de cadeia, já que cometeu um crime “muito grave”, motivado por “uma divisão de bens”.

Na última sessão do julgamento, Paulo Silva, que, a semana passada, havia chocado o coletivo de juízes com a descrição pormenorizada dos crimes, disse que atingiu “acidentalmente” a sogra e o enteado. A primeira, durante uma discussão com o filho e o enteado que o tentavam travar, e o segundo, porque o confundiu com o ex-sogro. Apenas teve intenção de matar a ex-mulher Sílvia Lima, porque recusou retirar a queixa que tinha apresentado contra ele por violência doméstica e o ex-sogro, que há muito o ameaçava. Quanto aos tiros que disparou já no final, Paulo Silva diz que foram “tiros de misericórdia”, já que todas as vítimas estavam “em sofrimento”.

A procuradora mostrou-se chocada por saber que Paulo Silva andava, habitualmente, com duas armas e diz acreditar que o arguido planeou as mortes, já que esperou por Sílvia à porta do café e só entrou quando esta já estava lá dentro. Também o advogado do pai de Renato Alves, que se constituiu assistente no processo, pediu pena máxima para Paulo Silva. E falou num massacre por dinheiro, aludindo às discussões constantes entre a família de Sílvia e Paulo Silva, por causa de uns terrenos.

O advogado de defesa criticou a investigação e diz que a acusação se “esqueceu” de fazer um enquadramento familiar. Diz que Paulo Silva era “ameaçado” pelo sogro e garante que ele “não pensava mais em dinheiro do que aqueles que partiram”. Uma “disputa cega”, que levou a um desfecho “trágico”. Assim, o advogado pediu ao coletivo de juízes que encontre uma pena que mostre que o Estado e a sociedade não lhe perdoam os crimes, mas que o querem “ressocializar”

A leitura do acórdão está agendada para 5 de maio, às 11h.

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