Descrição pormenorizada do quadruplo homicídio choca tribunal
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- Categoria: Notícias Regionais
- Publicado em terça-feira, 05 abril 2016 20:07
Paulo Silva falou pela primeira vez, desde que começou o julgamento, no Tribunal de Matosinhos. O homem, que a 28 de Abril de 2015 matou quatro pessoas no Café S. Tomé, na freguesia da Estela, confessou todos os crimes e impressionou o coletivo de juízes pela descrição detalhada que fez da forma como abateu a tiro os ex-sogros, Domingos e Fátima Lima, a ex-mulher, Sílvia Lima e o enteado, Renato Alves.
O empresário, de 44 anos, contou, com todo o pormenor, o que aconteceu naquela manhã. Explicou que, antes de ir ao café, ter com a ex-mulher, a quem queria obrigar a retirar as queixas por violência doméstica, apresentadas dias antes na GNR, bebeu meia garrafa de whisky.
Depois, entrou no café, armado, e deu dois tiros na cabeça na cabeça à ex-mulher. Foi à procura do ex-sogro, que confessou, queria matar.
Ao entrar no acesso do café para a habitação dos ex-sogros, foi interpelado pelo filho e pelo enteado. Na discussão disparou dois tiros. Atingiu a ex-sogra, que entretanto veio em socorro dos netos. Não encontrou o ex-sogro, mas disparou ainda mais quatro ou cinco tiros, acertando dois no enteado, que deixou estendido no chão do café.
Entrou na casa e acabou por encontrar o ex-sogro no armazém. Acertou-lhe com um disparo na barriga e – confessou em tribunal -, quando este já estava aninhado no chão, deu-lhe mais dois tiros na cabeça.
Ao sair do café, encontrou a ex-sogra a agonizar. Deu-lhe dois tiros na cabeça. Fez, mais à frente - continuou a confessar – o mesmo ao enteado.
Ainda antes de sair, percebeu que Sílvia já não se encontrava no mesmo local. Foi à procura da ex-mulher que encontrou a fazer uma chamada para a GNR, já em sofrimento com dois tiros na cabeça. Deu-lhe mais dois tiros.
Escapou apenas com vida o filho de Paulo Silva, Joel, de 16 anos, que, na confusão e perante as suplicas ignoradas para que o pai parasse, se pôs em fuga.
O julgamento de Paulo Silva prossegue na próxima semana com as alegações finais. O empresário, que mantinha com a família da ex-mulher uma desavença por causa de uns terrenos, está acusado de quatro crimes de homicídio qualificado, três de ameaça agravada e um de uso e porte de arma sob o efeito do álcool.
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