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Morreu padre João Marques,grande vulto da cultura poveira

A vida cultural poveira está mais pobre devido ao falecimento de João Francisco Marques aos 86 anos. A Câmara da Póvoa decidiu já decretar três dias de luto municipal pelo desaparecimento de uma figura relevante da sociedade local. O padre e professor catedrático jubilado da Universidade do Porto licenciou-se e doutorou-se em História, tendo como áreas de especialização a história religiosa/social e a parenética portuguesa, temas sobre os quais tem numerosos estudos e publicações. João Marques foi diretor do Museu da Póvoa durante nove anos, ficando o atual edifício a dever-se à sua iniciativa, tendo recebido um prémio internacional sobre a exposição de Siglas Poveira que concebeu. Era assessor religioso e cultural do cineasta Manoel Oliveira, um dos grandes amigos do professor poveiro, tal como o foi o escritor José Régio, sendo até à morte presidente do centro de Estudos Regianos de Vila do Conde, de que foi fundador.

Para a história fica a forte ligação ao Diana-Bar, onde participou em diversas tertúlias semanais com várias figuras de proa da cultura portuguesa. Esteve recentemente em grande destaque no Correntes D’Escritas, na qualidade de organizador da Obra Completa do Padre António Vieira, que foi apresentada durante o evento. Já não será em vida que João Marques verá nas livrarias mais um tomo da coleção Obra Selecta que vem sendo editada nos últimos anos com o apoio da autarquia. O irmão de Lídio Marques, ex-presidente do Varzim, chegou a ser eleito vereador da câmara da Póvoa em 1976, mas não tomou posse e optou pela carreira universitária. O município atribui-lhe em 1995 a Medalha de reconhecimento Poveiro pelos múltiplos serviços prestados à terra natal. O presidente Aires Pereira, que o teve como professor no Liceu, já lamentou a perda deste vulto poveiro. Para este sábado de manhã está prevista a celebração de uma missa na Igreja da Misericórdia da Póvoa, que será presidida pelo bispo D. Jorge Ortiga, mas o funeral de João Marques realiza-se apenas no domingo, a partir das 11h, no mesmo local, seguindo o corpo para o cemitério 1 da cidade.  

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