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Revolta em V. Conde: cadáveres podem estar em barco naufragado, mas espanhóis não atuam

O naufrágio do barco de pesca “Mar Nosso”, em 17 de abril, ao largo das Astúrias, Espanha, continua a dar que falar pela recusa do armador em pagar o resgate dos corpos de dois pescadores que poderão ainda estar na embarcação. O naufrágio vitimou cinco pescadores das Caxinas (Vila do Conde) e o presidente da Associação Pró-maior Segurança dos Homens do Mar, José Festas e Elisa Ferraz, líder da autarquia, chamaram hoje os jornalistas para, em conferência de imprensa, fazerem o ponto de situação das famílias e de todo o processo. Continuam dados como desaparecidos oficialmente dois pescadores: Francisco Santos, de 45 anos, das Caxinas, e o seu conterrâneo Manuel da Silva Carinha, de 57 anos. As respetivas esposas estiveram presentes também neste encontro com os jornalistas, bem como Bruno Murta, o genro de Manuel da Silva Carinha, um dos desaparecidos. Bruno que também é pescador levantou várias questões sobre as causas do naufrágio que estranha não terem tido respostas. O "Mar Nosso" tinha bandeira portuguesa mas era propriedade do armador de espanhol Claudino Gonzalez, que 4 meses depois praticamente desapareceu de cena. Elisa Ferraz disse mesmo que “ele fugiu”, depois de dar o dito pelo não dito no que toca ao pagamento do resgate dos dois corpos ainda desaparecidos. O armador espanhol foi acusado de imoralidade pelo seu comportamento. A presidente da Câmara de vila do Conde também condenou a atitude "desumana" do armador espanhol e lançou um repto: a criação de um movimento nacional que se torne numa causa publica para que as famílias possam reaver os corpos e fazer o luto. Elisa Ferraz frisou  que há "elevado grau de certeza" de que corpos "estão presos dentro da embarcação", que, quatro meses depois do naufrágio, permanece a 180 metros de profundidade, 20 milhas a norte da ria de Navía. José Festas presidente da Associação Pró-maior Segurança dos Homens do Mar, diz-se enganado por um rol de falsas promessas do armador. As famílias apelaram ao Governo português e às autoridades espanholas para que as ajudem a trazer para "casa" os dois homens. Guida Santos, esposa de Francisco Santos, disse que nesta situação, de morte presumida, existem muitos obstáculos burocráticos, o que prejudica as famílias. Na conferência de imprensa Guida Santos lamentou  a atitude dos sobreviventes e a outra viúva, Alexandrina Carinha, que tinha um cunhado a bordo, revelou que o mesmo fechou-se em copas. 

As declarações podem ser ouvidas clicando na edição local da tarde.

 

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