Rádio Onda Viva

Emissão Online

Negócio polémico aqueceu assembleia

O presidente do  Desportivo da Póvoa (CDP) garante que não pende sobre o património do clube  qualquer ónus da empresa angolana com a qual o emblema poveiro firmou um contrato para o desenvolvimento de um projeto imobiliário no local onde estão o pavilhão, as piscinas e o parque de estacionamento anexo. Um projeto idealizado tendo em conta o estabelecido num Plano de Pormenor (PP) que  entretanto, face à vontade do Varzim em continuar onde está, foi modificado e  tem uma nova versão, atualmente em fase auscultação pública.

Face a esse regresso à estaca zero, a firma com sede em Luanda colocou uma ação no Tribunal reclamando da Câmara o pagamento de uma indemnização de 13,2 milhões de euros. Foi após ter conhecimento dessa ação – e apreciar os documentos do processo - que o presidente autarquia, Aires Pereira, referiu que houve um aditamento ao acordo entre Desportivo e a firma  PEC -Projetos, Consultoria e Investimento que transferiu para a empresa “os direitos adquiridos” no Plano de pormenor, logo os sócios do clube “já não donos de coisas nenhuma”.

Ora, o negócio e as suas consequências foram o prato forte da assembleia geral de ontem à noite, uma das mais concorridas dos últimos anos onde foi notório que o tema não é consensual no universo da reunião magna.Como registou o repórter Fernando Novo que acompanhou os trabalhos, houve quem reivindicasse o fim de qualquer negócio, mas também quem, por outro lado, enviasse os  parabéns à direção pelo trabalho realizado no sentido de encontrar soluções para que o CDP não seja subsidio-dependente. Esta divisão acaba por ser natural, entende o presidente do clube, Caldeira Figueiredo, em declarações prestadas aos jornalistas no final da sessão (ouça no noticiário). Sobre a falta de entendimento com a Câmara Municipal, o presidente da direção diz que o problema nunca esteve do lado do clube (idem). A direção alega que não pode tornar públicos os contratos com a empresa angolana, mas Caldeira Figueiredo garante que não há motivo para preocupação (ibidem)

Seja como for, o próprio presidente da assembleia geral gostava que a direção desse mais informação aos sócios.  Rui Coelho desconhece se existe uma obrigação legal de não divulgar os contratos, mas lembrou que os sócios é que são “os donos do clube” (também no noticiário).

Ontem falaram os sócios, e não só, já que o candidato pelo PS à Câmara acabou por intervir, aproveitando o facto do presidente assembleia geral não se ter apercebido que João Trocado se tinha anunciado como um ex-sócio. Rui Coelho esclareceu a situação (idem).

Precisamente João Trocado justificou que quis saber a opinião do clube sobre uma matéria, a revisão do Plano de Pormenor da Zona E54, que vai ser debatido ainda na assembleia municipal.

Recordo que, segundo o que veio a público, contrato-promessa de compra e venda, celebrado entre o CDP e a PEC, foi assinado a 12 de janeiro de 2018. A empresa pagaria 13,2 milhões de euros (sob a forma de 24 apartamentos) pelos terrenos do clube, de acordo com o PP E54, e ficaria um hotel com 11 pisos e parte de um edifício de habitação (com 80 fogos). Ontem os sócios não puderam ver os contratos e aditamentos, mas ficaram a conhecer a versão da direção sobre o caso. O esclarecimento foi o objetivo único da sessão.

 

As declarações podem ser ouvidas na edição local.

OP Automóveis

RECOMENDADAS

Login