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Nova lota: "Está melhor, mas os espaços são pequenos", dizem as peixeiras (com vídeo e fotogaleria)

Já abriu ao público a nova lota de Vila do Conde. A Docapesca tomou uma posição de força, pôs em funcionamento o espaço e passou a proibir, definitivamente, a venda à porta do edifício. Durante seis anos, as peixeiras recusaram vender lá dentro, protestando contra o que chamam “dupla tributação de IVA” e a obrigatoriedade de se coletarem nas Finanças, dadas as pequenas quantidades de pescado. Hoje acabaram por ceder e, para grande alívio dos moradores, acabou finalmente, a venda à porta da lota, a céu aberto, sem quaisquer condições de higiene e onde os restos de peixe acabavam por ficar pelo chão, ali mesmo ao lado dos contentores que, inicialmente, montados para acolher a venda, ficaram transformados em verdadeiros contentores do lixo. 

Justina Santos é a mais antiga peixeira ainda em funções. Tem 70 anos. Reconhece que as condições são melhores, mas ainda assim, diz, as bancas são “muito pequenas” e os impostos “são muito mais”. Espera que o novo Mercado do Peixe traga mais clientes e, assim, compense as despesas. Justina recorda-se bem do tempo em que se começou a vender peixe ali, numa “moda” que pegou. Armanda Faria, por outro lado, é a mais nova. Venda ali há três anos, desde que o barco do marido, o “Pedro Tiago”, se mudou para o porto de Vila do Conde. Reconhece que nada se compara às condições que tinham quando vendiam à porta da lota. Filomena Rocha também reconhece as melhorias. Agora é só esperar que venham mais clientes. Carolina Machado compra ali peixe há muitos anos. Agora, diz, está melhor e, Inverno ou Verão, não é preciso estar às compras à chuva, ao vento e ao sol. A lota tem 17 bancas, 13 das quais ocupadas pelas mulheres que ali vendem o peixe dos pequenos barquinhos da pesca local. A partir de agora, e mais do que nunca, Docapesca e autoridades vão apertar o cerco à venda ambulante, tanto na cidade como pelas ruas das Caxinas. As multas aumentaram e podem, agora, chegar aos 1200 euros.

O edifício e as adaptações para a venda ao público – realizadas já, a pedido das peixeiras, em 2014 - custaram mais de três milhões de euros. Em breve abrirá ainda no local um restaurante, cujo concurso de exploração está já concluído desde 2011.

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