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Fiscalização a indonésios: pescadores ameaçam parar barcos

Uma fiscalização que, há uma semana, resultou no levantamento de autos a 11 embarcações de pesca da Póvoa de Varzim está a revoltar os armadores de pesca. Os homens do mar ameaçam parar a frota, caso o governo não resolva o problema dos indonésios. É que os pescadores indonésios chegam a Portugal com visto e contrato de trabalho, fazem descontos, mas a cédula marítima não é reconhecida e, sem ela, não podem andar ao mar. O presidente da Associação de Armadores de Pesca do Norte (AAPN), Manuel Marques, explica a situação, que se arrasta há vários anos, sem que o governo a resolva. 

Na passada segunda-feira, conforme a Onda Viva lhe contou aqui, a Polícia Marítima, em colaboração com a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e a Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteira da GNR, realizaram uma fiscalização conjunta na Póvoa de Varzim.

Foram levantados 11 autos por "infrações com a lotação mínima de segurança e falta de habilitação legal, especialmente por não marítimos, para o exercício da atividade da pesca", explicou a Autoridade Marítima Nacional.

Manuel Marques diz que o problema se arrasta há sete anos e, se até agora, as autoridades "fechavam os olhos", agora parece que se preparam para apertar a fiscalização. O presidente da AAPN garante que 90% da frota está "ilegal" e, se é para abrir a época da "caça à multa", os barcos param todos.

Manuel Marques fala numa "perseguição aos barcos da Póvoa e de Vila do Conde" e diz que os homens do mar estão fartos de reuniões que não resolvem nada.

Os pescadores querem reunir com o novo ministro para saber o que pensa sobre o assunto e dizem que a paciência está a esgotar-se.

Neste momento, só nas Caxinas, vivem e trabalhem na pesca mais de 500 indonésios. Sem o reconhecimento da cédula marítima que trazem do seu país, não podem trabalhar a bordo dos barcos.

As declarações podem ser ouvidas na edição local.

  

VianaCar

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