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Maus cheiros do aterro agitam Assembleia Municipal

Está difícil de resolver o problema dos maus cheiros exalados pelo aterro da Resulima em Paradela. O assunto voltou a agitar, ontem à noite, a assembleia municipal da Póvoa de Varzim. O presidente da Câmara diz que falta vontade política para resolver o problema. A autarquia, garante Aires Pereira, vai continuar a pugnar pela legalidade, insistindo que a unidade da Resulima, que abriu portas em janeiro de 2022, está a funcionar “de forma ilegal”. O edil já levou o caso a Bruxelas e fez uma denúncia junto da comissária responsável pela atribuição das verbas, que lhe prometeu uma auditoria ao aterro. Agora, aguarda-se que isso seda feito.

António Teixeira, da Iniciativa Liberal, levantou o problema porque não se conforma com o “ok” dado pela Câmara da Póvoa à construção do aterro, ali mesmo na fronteira com o concelho de Barcelos. O deputado considera que Aires Pereira podia e devia, na altura, “ter feito mais” para proteger as populações.

Miranda Coelho, do PSD, frisa que o problema não é a localização do aterro, mas o mau funcionamento. O deputado lembra os equipamentos da Lipor, a responsável pela gestão dos resíduos no Grande Porto, que, com habitações na envolvente, nunca tiveram problemas. O problema devia ficar resolvido até ao final do ano, mas parece que, mais uma vez, o prazo não vai ser cumprido. À Câmara, diz, resta continuar a pressionar, sobretudo a CCDR-N, que assumiu o compromisso de fazer cumprir as medidas mitigadoras dos maus odores. As verbas em causa – cerca de seis milhões de euros de investimento – até não são assim tem elevadas, tendo em conta o investimento de quase 30 milhões ali já efetuado.

O aterro, situado na fronteira de Paradela com Laundos, é gerido pela Resulima. A empresa de gestão de resíduos é detida em 49% pelas câmaras de Esposende, Barcelos, Viana, Ponte de Lima, Ponte da Barca e Arcos de Valdevez e em 51% pela EGF (grupo Mota-Engil). Serve os seis municípios, num total de 310 mil habitantes. Desde a entrada em funcionamento, há quase dois anos, que a unidade exala maus cheiros diários que levaram já a vários protestos das populações das freguesias vizinhas (11 no total, pertencentes aos concelhos da Póvoa, de Barcelos e de Esposende).

As declarações podem ser ouvidas na edição local.

VianaCar

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