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Memorial aos Náufrago inaugurado em Caxinas (vídeo)

No Dia Nacional do Mar, a emoção marcou a inauguração do Memorial aos Náufragos mandado erigir pela Câmara Municipal de Vila do Conde para homenagear todos aqueles que perderam a vida quando trabalhavam do mar, sobretudo os pescadores que têm forte presença na zona norte da cidade.  Daí que a obra idealizada pelo arquiteto Manuel Maia Gomes pontifique no passeio em frente ao mercado das Caxinas, um local de passagem de muitas pessoas que assim podem associar-se à dor que, periodicamente, assola a comunidade piscatória local, justificou a líder da autarquia, Elisa Ferraz. O entrelaçamento de dezenas cruzes de ferro configurando a parte de um barco transmite a ideia da morte no mar e assim espera o arquiteto Maia Gomes que se capte também a importância da vida ser preservada. Esse apego à vida ficou bem exemplificado com o caso do naufrágio  do “Virgem do Sameiro”, em Novembro de 2011. A tripulação salvou-se, mas passou mais de 57 horas no interior de uma balsa, antes do resgate pela Força Aérea. Um drama que o mestre José Manuel Coentrão recordou.O Memorial deixou comovido o Monsenhor Domingos Araújo, um dos homens que, nas Caxinas, tem acompanhado mais as tragédias provocados pelos naufrágios. A combinação de cruzes de ferro assenta num plinto onde se revela uma frase da autoria do jornalista Abel Coentrão, que é também o presidente da Associação Cultural Bind’ Ò Peixe.  Pode ler-se : “O mar devolve-me uma memória de ti. E nela te resgato para a eternidade”. A herança de um povo sofrido pelos naufrágios tem agora um monumento para mostrar a todo o país, mas também para mexer na consciência de quem não protege condignamente uma atividade difícil como a pesca.  Foi esse “nó na garganta” que quis expressar Mário Almeida, presidente da Assembleia Municipal. O Memorial aos Náufragos logo no primeiro dia recebeu flores de quem viu os seus entes queridos morrer no mar.

 

 

 

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