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Família de vítima poveira suspeita de Hospital mas este nega

A família da primeira vítima mortal do surto de legionella que atingiu a zona do Grande Porto, no final do ano passado, suspeita que o foco de infeção seja o Hospital Pedro Hispano. A suspeita foi transmitida através de um comunicado dos advogados da filha da vítima, de 85 anos, no qual é divulgado que "já foi requerida e admitida a constituição [da familiar] como assistente no inquérito crime aberto no passado mês de novembro pelo DIAP de Matosinhos para investigar as causas deste surto". Joaquim Maria Ferreira "era um idoso residente na Póvoa de Varzim e estava confinado à sua casa, pelo que nas semanas anteriores à data da infeção por legionella apenas saiu para se deslocar a uma consulta no Hospital Pedro Hispano", revelou o jurista António Barreto Archer, que lidera o processo e estranha a falta de conclusões das autoridades, que são também acusadas de demorar demasiado tempo a reagir.

O advogado adiantou que irá recorrer a todos meios legais para que "se faça justiça às vítimas deste caso, não só as que morreram, mas também as que tiveram a doença e sofreram e sofrem ainda as suas consequências". "Por estar em causa a prevenção, a cessação ou a perseguição judicial de infrações contra a saúde pública, todos os cidadãos que se sintam lesados por danos causados por este surto de legionella poderão reclamá-los através da chamada Lei da Ação Popular, um instrumento de participação e intervenção democrática dos cidadãos na vida pública", partilhou António Barreto Archer.

Entretanto, o Hospital Pedro Hispano de Matosinhos descartou qualquer responsabilidade na origem do surto, uma vez que a instituição foi investigada, mas “as análises revelaram-se negativas quanto à presença dessa bactéria nas instalações”, tendo salientado que as Autoridades de Saúde "excluíram a possibilidade do HPH constituir o foco de legionella”. A instituição entende que é impossível que qualquer doente tenha contraído a doença durante uma deslocação ao hospital.

O caso está no Ministério Público desde novembro, mas ainda não se sabe o resultado da investigação que procura apurar as causas do surto de legionella, no distrito do Porto. No total, houve 9 óbitos associados ao surto e 88 pessoas contraíram a doença.

VianaCar

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