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Custo dos cursos de nadador salvador pode levar a vinda de brasileiros

A Associação de Nadadores Salvadores da Póvoa de Varzim e Vila do Conde - "Os Delfins” - está preocupada com a falta de homens para vigiar as praias na época balnear. Carlos Ferreira diz que o preço do curso obrigatório passou de 150 para 325 euros e, até agora, há apenas sete inscritos para fazer a formação, quando, anualmente, costumam ser ministradas três formações por ano, com 20 a 30 inscritos cada. O presidente d’ “Os Delfins” diz que as duas Câmaras pagavam os 150 euros do curso a quem ficasse a trabalhar nas praias dos dois concelhos. Agora, o valor do curso subiu, mas as autarquias vão manter a comparticipação de 150 euros por formando. Ou seja, cada nadador terá que desembolsar 175 euros só para fazer a formação. Carlos Ferreira diz que a subida de preços do curso se deve à lei que passou, a partir deste ano, a obrigar a que a formação seja dada por escolas privadas e certificadas pelo Estado. Só há duas no país. “Os Delfins” tentaram candidatar-se como escola de formação, mas, até agora, ainda não veio a autorização. O presidente d’ “Os Delfins” critica a falta de incentivos aos jovens estudantes que, no Verão, trabalham a salvar vidas nas praias e que, por exemplo, fruto do que ganham, podem perder regalias como as bolsas de estudo. A somar a tudo isto, diz ainda, este ano há mais uma agravante: entra em vigor a nova legislação que obriga, a partir de 1 de junho, todas as piscinas abertas ao público com mais de 100 metros quadrados a ter um nadador-salvador certificado pelo Instituto de Socorros a Náufragos (ISN). A medida, explica, vai abranger dezenas de ginásios e hotéis nos dois concelhos e criará ainda mais problemas de falta de pessoal. Há 43 nadadores-salvadores inscritos na base de dados d’ “Os Delfins” que precisam de fazer a reciclagem da formação (obrigatória de três em três anos), mas Carlos Ferreira tem pouca esperança nestes. Diz que habitualmente são os estudantes quem agarra estes empregos sazonais e, ao fim de três anos, muitos concluem o curso e deixam de fazer serviço nas praias. O presidente d’ “Os Delfins diz que os dois concelhos têm 66 praias e uma necessidade mínima de 120 a 130 nadadores para o Verão e lembra que já, em 2010, a época balnear esteve em risco de não arrancar nalgumas praias por falta de nadadores-salvadores.Carlos Ferreira alerta os jovens: aproveitem a oportunidade, até porque, havendo falta de pessoal, a Associação poderá recorrer à contratação de nadadores-salvadores brasileiros para minimizar a falta de pessoal para a época balnear que começa daqui a 14 semanas.

 

As declarações podem ser ouvidas na edição local.

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