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António Costa governa com 17 ministros

António Costa será o primeiro-ministro de um Governo que altera a orgânica tradicional e que inclui muitas caras novas. Há novos ministérios e outros que deixam de existir. 

  • Finanças

Mário Centeno – Sempre foi o nome mais falado. O homem das contas de António Costa é o nome quase evidente para assumir a pasta que tem o controlo das contas do Estado. Contudo, Centeno tem como área de especialização o Trabalho, e foi ele que coordenou as equipas técnicas nas reuniões com a esquerda e no programa de Governo. Várias foram as alterações respeitantes à área das relações de trabalho, por pressão do PCP.

  • Justiça

Francisca Van Dunem – Era até agora Procuradora Distrital de Lisboa, é uma das mulheres fortes do Ministério Público português. Casada com Eduardo Paz Ferreira, Van Dunem falou há uns tempos da discriminação racial ainda existente em Portugal. Provém de uma das famílias mais tradicionais de Angola, os Van Dunem, desde sempre ligados ao MPLA. A família deu mesmo origem a um livro de Pepetela, “A gloriosa família”, muito polémico na altura porque contava a origem dos Van Dunem remetendo para um holandês ligado ao tráfico de escravos.

  • Economia

Manuel Caldeira Cabral – Foi um nome já consolidado há algum tempo. O economista, professor da Universidade do Minho, fez parte do grupo que Costa chamou para preparar o cenário macroeconómico. Foi cabeça de lista por Braga. Caldeira Cabral teve ligações à anterior direção socialista, de António José Seguro, quando este formou um grupo para negociar com o Governo de Passos Coelho a estratégia para os fundos estruturais.

  • Educação

Tiago Brandão Rodrigues – Foi o jovem emigrante que Costa trouxe para a primeira linha do combate político. Será o ministro mais jovem, com 38 anos. Foi cabeça de lista por Viana do Castelo e, durante os 15 dias de campanha eleitoral, foi ele quem encabeçou os debates temáticos sobre educação. Por norma, os governos PS separam a Educação do Ensino Superior – que foi durante anos pasta atribuída a Mariano Gago.

  • Administração Interna

Constança Urbano de Sousa – Especialista em assuntos de asilo e imigração. A carreira na área da imigração junto às instituições europeias fez dela a escolha de Costa. Professora na Autónoma, foi Conselheira e Coordenadora da Unidade Justiça e Assuntos Internos da Representação Permanente de Portugal junto da UE. Foi ainda chefe da delegação portuguesa ao Comité Estratégico Imigração, Fronteiras e Asilo (CEIFA)da União Europeia.

  • Saúde

Adalberto Campos Fernandes – Médico e especialista em saúde pública, ex-gestor do Hospital Santa Maria, é um dos homens que tem uma visão de Serviço Nacional de Saúde equivalente à de António Costa e foi também ele deu contributos para o programa nesta área. Há vários anos que o seu nome era dado como ministeriável. Chegou agora a sua vez.

  • Ambiente

João Matos Fernandes – Foi administrador do Porto de Leixões e era até agora presidente da Águas do Porto. Desceu até Lisboa na altura das negociações com os partidos de esquerda, chamado por António Costa. Fez parte da equipa técnica que negociou com os Verdes.

  • Defesa

José Azeredo Lopes – Foi presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social e atualmente é chefe de gabinete da Câmara do Porto. Professor Associado da Faculdade de Direito da Universidade Católica do Porto, é professor das disciplinas de direito internacional. 

  • Ministro da Cultura

João Soares – Era até agora deputado. Foi vereador da cultura em Lisboa e depois presidente da Câmara. Filho de Mário Soares, João Soares chega agora ao Executivo. O seu nome chegou a ser falado para ministro da Defesa, dado que era um dos representantes do PS na comissão parlamentar desta área e presidente da Assembleia Parlamentar da OSCE.

  • Ministro-adjunto

Eduardo Cabrita – É conhecido por ter sido na última legislatura o presidente da Comissão parlamentar mais disputada politicamente, a de Orçamento e Finanças. Mas Eduardo Cabrita, parlamentar experiente, já teve também a sua passagem por um Governo. Foi secretário de Estado Adjunto da Justiça, no Governo de António Guterres, quanto António Costa foi ministros Depois, foi secretário de Estado da Administração Local no Governo de José Sócrates, trabalhando na dependência direta de Costa, nos dois anos em que este foi ministro da Administração Interna.

  • Segurança Social

José António Vieira da Silva – Já foi ministro tanto da Economia como da Segurança Social. Foi com ele no Ministério da Segurança Social que foi feita a reforma do sistema – que introduziu o fator de sustentabilidade – que é ainda hoje empunhada pelos socialistas como exemplo. José António Vieira da Silva esteve no grupo de economistas que preparou o cenário macroeconómico que serviu de base ao programa de Governo. Além disso, como político, é consensual à esquerda, mas duro na negociação. Foi, aliás, Vieira da Silva que coordenou a bancada do PS na sombra no final da legislatura anterior.

  • Presidência e Modernização Administrativa

Maria Manuel Leitão Marques – Foi outra das promessas do líder do PS: o de dar força de ministério à Modernização Administrativa. Desde que Costa falou deste ministério que deu a indicação que seria uma pasta a entregar a Maria Leitão Marques, que será assim também o rosto do Governo na PCM. A deputada foi a coordenadora do documento do PS “Agenda para a Década”, um dos documentos pilares do programa de Governo. A acompanhá-la seguirá outra mulher de confiança de António Costa, Graça Fonseca, para secretária de Estado. Graça Fonseca era vereadora na Câmara de Lisboa e foi com Costa para o secretariado do PS.

  • Planeamento e Infraestruturas

Pedro Marques – Saiu do Parlamento ainda durante a anterior legislatura. Era tido como um dos nomes fortes para a Segurança Social uma vez que cresceu enquanto político como secretário de Estado quando Vieira da Silva era ministro. Técnico reconhecido, acabou por ir trabalhar para uma empresa privada. Fez parte do grupo de deputados socialistas que fizeram da Comissão de Orçamento e Finanças um campo de batalha político ao atual Executivo.

  • Negócios Estrangeiros

Augusto Santos Silva – Está na lista dos homens que mais vezes foi ministro. Já foi ministro da Educação e da Cultura do Governo de António Guterres e depois passou por outras duas pastas nos governos de José Sócrates: primeiro foi ministro dos Assuntos Parlamentares e depois ministro da Defesa. Fez parte do núcleo duro de José Sócrates no Executivo e era um dos homens que lhe dava peso político. Terá um papel semelhante na equipa de António Costa. Dada a experiência governativa, Santos Silva terá papel central nas negociações com os parceiros europeus.

  • Ciência Superior

Manuel Heitor – É um dos antigos “pupilos” de Mariano Gago a seguir as pisadas no Ensino Superior. Manuel Heitor era um dos ministeriáveis a ter em conta, sobretudo por ter sido ele o principal contribuidor para o programa nessa área. É professor catedrático do Instituto Superior Técnico e foi secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. É formado em Engenharia Mecânica e doutorado, pela Universidade de Londres, em Mecânica dos Fluidos e Combustão.

  • Mar

Ana Paula Vitorino – Foi a secretária de Estado dos Transportes responsável pelo desenho do projeto da rede de alta velocidade (TGV) do governo de Sócrates. O seu nome ficou ainda ligado a um outro negócio polémico que caiu, o prolongamento sem concurso público do contrato de concessão da Liscont com a duplicação do terminal de contentores de Alcântara. Ao contrário do seu ministro, Ana Paula Vitorino saiu bem do processo Face Oculta por ter resistido a pressões alegadamente feitas por Armando Vara para demitir o então presidente da Refer, que seria um obstáculo aos negócios do Manuel Godinho. Nos quatro anos em funções, nomeou um número recorde de mulheres para as administrações das empresas públicas que tutelava. Ana Paula Vitorino é especialista em transportes e deverá voltar a assumir um dossiê que lhe é caro: o dos portos. Vitorino foi a deputada socialista que deu a cara ao pedido à Parpública para não fechar a venda da TAP, já com o executivo em funções. Mas este assunto delicado deverá ficar com outro ministro.

  • Agricultura

Capoulas Santos – É sinónimo de agricultura no PS. Seria apenas mais uma vez que exerceria o cargo. A possibilidade de voltar a fazer parte de um Governo cresceu quando Costa o chamou para cabeça de lista por Évora. Nos últimos anos foi eurodeputado e um dos maiores especialistas europeus na Política Agrícola Comum.

fonte: Observador

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