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Hospital deu alta a homem descalço e encharcado (vídeo)

José Alberto Dias da Costa é o homem que, na passada terça-feira, quase foi levado pelo mar no molhe sul da Póvoa de Varzim. Emigrado em São Paulo, no Brasil, há quase 40 anos, o poveiro, que faz questão de regressar à terra natal, onde mantém casa em Aver-o-Mar, pelo menos duas vezes por ano, não se conforma com o modo como foi tratado quer pelo Hospital da Póvoa, quer por um dos taxistas que habitualmente presta serviço na Praça do Almada. À Rádio Onda Viva contou como foi levado pela onda, pouco depois da uma da tarde, na passada terça-feira. Diz que foi milagre ter conseguido escapar com vida. A água levou-lhe a chave de casa e do carro, o telemóvel, a carteira com dinheiro e documentos e os chinelos. Todo molhado, ferido na cara e nas pernas, José Costa caminhou até à entrada do molhe, onde uns pescadores se prontificaram a chamar uma ambulância. O homem foi transportado ao Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim e aí começou “uma verdadeira novela”: fizeram-lhe os curativos, mandaram-no tomar um banho quente - foi, frisa, “super-bem atendido” -, mas, depois, mandaram-no embora com os calções e a t-shirt molhados e sem chinelos, sem um tostão no bolso e sem saber como ia chegar à fala com a irmã, que, em casa, na Estela, tem a sua chave de casa suplente e muito menos como ia lá chegar. Não custava, diz o emigrante, terem tentado alertar-lhe a família ou, no mínimo, chamar-lhe um táxi, a quem pudessem explicar a situação, mas não. José foi embora a pé, descalço. Tentou apanhar um táxi na Praça do Almada. Explicou a situação e prometeu pagar quando chegasse ao destino, mas ninguém quis levar um homem de calções e t-shirt, todo molhado, com a cara ensanguentada e descalço. Foi, mais uma vez, discriminado, diz. Acabaria por ser o proprietário da agência de viagens ali em frente a levar José Costa à Estela, onde só conseguiu chegar às 17h. José Costa não se conforma pela forma como foi tratado, primeiro pelo hospital, depois pelo taxista na Praça do Almada e gostava de ver as autoridades punirem quem o “discriminou” para que outros não passem pelo mesmo. O homem, que em S. Paulo trabalha no ramo imobiliário, quer, agora, sarar as feridas, mas nunca vai esquecer o filme por que passou. A Rádio Onda Viva tentou ouvir o hospital da Póvoa, mas, até ao momento, tal não foi possível. 

Veja a reportagem da Onda Viva TV, também disponível no Meo no canal 151530. 

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