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Assembleia exaltada recomenda paragem de obra polémica

Uma recomendação aprovada por maioria (apenas com duas abstenções) e muitos momentos de acesa discussão foram alguns dos ingredientes da reunião extraordinária da Assembleia Municipal de Vila do Conde realizada ontem à noite nas Caxinas. A sessão foi convocada expressamente para debater a questão do polémico prédio em construção a norte da Igreja do Senhor dos Navegantes, que é por estes dias alvo da indignação da população, que ontem encheu o Salão Paroquial para ouvir os políticos debater o assunto. O povo não teve direito à palavra e em algumas alturas os ânimos exaltaram-se um pouco.

Abel Coentrão, presidente da Associação Cultural Bind´ó Peixe, primeiro subscritor da recomendação, considera que o passo seguinte seria a autarquia aceitar a recomendação, que defende a suspensão imediata e total da obra. Elisa Ferraz, a presidente da Câmara, diz que a recomendação não é vinculativa e vai ser analisada pelo executivo na terceira semana de Abril. Qualquer cenário agora seria entrar em campos da futurologia, disse, não enjeitando que o caso vá parar aos tribunais.

Mário de Almeida surpreendeu e deu razão a quem fala da existência de uma divisão no PS. O presidente da Assembleia apresentou uma proposta, que se resume ao seguinte: a Câmara Municipal firma um acordo com a empresa promotora, a Nova Vaga, que passa por o município devolver a verba que recebeu pela venda do lote e pagar a obra edificada e outras despesas inerente ao projeto, assim como possibilitando que a Câmara fique com o edifício em construção e o conclua como melhor entender conveniente. Confrontada com esta proposta, Elisa Ferraz, diz que é mais uma hipótese em cima da mesa e não se mostra surpreendida com a posição de Mário de Almeida. A autarca contou ainda que a obra se encontra parada por iniciativa do promotor e que o processo de indemnização está a ser analisado por uma comissão arbitral, envolvendo valores avultados pelo recuo, que não especificou.

Quanto aos partidos, o PSD, por Luís Vilela, acusou Elisa Ferraz de manter-se no trilho da ilegalidade e acha que a autarca peca por isolamento na tomada de decisões. Afonso Ferreira, do CDS-PP, notou mais um sinal forte de rotura no PS, entre Elisa Ferraz e Mário de Almeida, mostrando-se satisfeito com a recomendação que foi aprovada porque vai de encontro a uma ideia já apresentada. Por fim, a CDU, através de Pedro Martins, apresenta como solução uma análise da legalidade da obra.

Resta aguardar pelos desenvolvimentos.

As declarações podem ser ouvidas na edição local da manhã.

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