APPACDM de Famalicão fechou e deixou deficientes sem apoio
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- Categoria: Notícias Regionais
- Publicado em terça-feira, 02 abril 2024 14:15
- Escrito por: Redação
Os pais dos jovens que frequentam a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Famalicão deram, esta manhã, com o nariz na porta. A direção já tinha dito que estava sem dinheiro para pagar salários e ia fechar, por tempo indeterminado, os Centros de Atividades e Capacitação para Inclusão (CACI) em Braga, Famalicão, Esposende e Vila Verde. Depois do fim-de-semana prolongado da Páscoa, esta manhã, já não abriu. Os pais estão revoltados e sem alternativa para os seus filhos. Não se conformam com a decisão da direção. Muitos tiveram que deixar de trabalhar. Queixam-se de terem sido avisados na quinta-feira, que a partir de hoje, as instituições não voltariam a abrir. Para esta tarde está marcada uma reunião entre a direção da APPACDM de Braga e o centro distrital da Segurança Social para tentar chegar a um acordo.
A instituição está sem dinheiro para pagar os salários. Tudo porque as suas contas foram penhoradas pela Segurança Social. O presidente da APPACDM de Braga, Bruno Silva, afirmou à agência Lusa que em causa estão dívidas à Segurança Social que já ascendem a 531 mil euros e que resultam de “sucessivos incumprimentos” da anterior direção. “Tínhamos um acordo de palavra para alinhavar um plano para pagamento das nossas dívidas à Segurança Social, mas fomos surpreendidos com as penhoras, que nos deixam sem dinheiro para nada”, explicou.
Bruno Silva acrescenta que a APPACDM de Braga tem um total de 167 trabalhadores e, em salários, paga mensalmente 220 mil euros. Nos CACI estão 190 utentes. A instituição tem ainda três lares residenciais, com 72 idosos. Os três continuarão, para já, a funcionar, mas Bruno silva já avisou que se as contas não forem rapidamente desbloqueada, a instituição poderá ter que avançar para o encerramento. Bruno Silva acusa a anterior direção de ter lesado a instituição em valores que ascendem a “dois a três milhões de euros”, através de gestão danosa e de apropriação ilícita de dinheiros públicos e garante que o caso já está “a ser investigado pelo Ministério Público”.
O presidente da direção anterior, Bruno Ramos, refuta as críticas e diz que vai processar o seu sucessor. Recorda ainda que, no mandato anterior, Bruno Silva era presidente do conselho fiscal da instituição, que deu parecer favorável ao orçamento para 2024. Tomou posse como presidente em fevereiro.
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