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Aprolep: Portugal perde 75% dos produtores de leite em 12 anos

A Associação dos Produtores do Leite de Portugal (Aprolep) está preocupada com o “momento de incerteza política e económica” que mantém “altos os custos de produção, sobretudo a alimentação animal”, apelando para que se “valorize o leite” sob pena de desaparecerem mais produtores.
“Iniciámos 2023 com um preço que remunerava os elevados custos de produção e o trabalho dos produtores. Mas, ao longo de 2023, o preço do leite ao produtor baixou 11 cêntimos por litro apesar dos custos se manterem elevados”, diz a Aprolep, alertando que “se esta tendência continuar em 2024 voltaremos à situação que vivemos entre 2010 e 2022”.

“Estivemos 12 anos com preços abaixo da média europeia, e muitos meses com o pior preço entre os 27 estados-membros. Não admira que nesses 12 anos Portugal tenha perdido 75% dos produtores de leite no continente e 40% dos produtores açorianos. Restam 3.500 produtores, 2.000 nos Açores e 1.500 no continente", frisa, em comunicado, a associação.

“Os compradores de leite terão de decidir o sinal que vão dar aos poucos produtores que resistem na produção. Dessa decisão irá depender o abastecimento com leite nacional e o funcionamento das cooperativas, da indústria e da distribuição” e “a manutenção da atividade agrícola em muitas regiões do meio rural português ou a continuação da debandada de produtores e a procura de atividades alternativas”, continua a explicar a Aprolep.
O leite, diz ainda, “não pode voltar a ser desvalorizado como foi ao longo de anos sucessivos” e usado como “isco” pela distribuição para atrair consumidores.

“A indústria do setor cooperativo, pela sua dimensão, pela sua origem e por toda a sua história, não se pode distrair e não pode esquecer que o seu primeiro objetivo é valorizar o leite dos produtores a quem pertence e deve lealdade”, concluem os produtores de leite.

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