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Presépios com alusão aos odores do aterro vão ser oferecidos

As freguesias de Laundos, Rates, Estela e Aguçadoura/Navais (Póvoa de Varzim) e Cristelo e Barqueiros (Barcelos) vão oferecer um presépio no mínimo original este Natal. A prenda vai seguir para todas as entidades que “continuam a pactuar com o crime ambiental” no aterro de Paradela. Os elementos da sagrada família surgem a tapar o nariz na peça, em barro, feita pela artesã Irene Salgueiro, numa alusão ao mau cheiro saído do equipamento gerido pela Resulima.

O presidente da junta de Laundos, Félix Marques, espera que o objeto artesanal “toque o coração” de quem o receber e ajude as instituições “a agir sem medo”. O autarca, que falou numa conferência de imprensa, ladeado pelos colegas das outras cinco freguesias, diz que, no levantamento feito em 278 dias, cheirou mal em 160, ou seja, dia sim, dia não: “A extensão das zonas de incomodidades de odores chega a atingir uma área de 74 km quadrados, afetando milhares pessoas em zonas residências e industriais, escolas, jardins-de-infância, lares, centros de dia, parques desportivos, praias, zonas de lazer, zonas históricas e unidades hoteleiras. Impacta negativamente a qualidade de vida das nossas populações". 

O presidente da Junta de Cristelo, Abel Sá, destacou ainda que as estradas da freguesia estão todas danificadas devido aos 300 camiões de recolha de lixo que ali passam todos os dias, em vias que não foram dimensionadas para trânsito de pesados.

Em Março, lembram os seis autarcas, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte prometeu que tudo estaria resolvido até ao final do ano, mas tal não irá suceder. O estudo diz que são necessários seis milhões de euros de investimento, mas, até agora, só umas árvores foram plantadas. A CCDR-N chamou, agora, os autarcas para uma reunião no próximo dia 13. O aterro tem uma licença provisória que termina a 31 de Dezembro e os responsáveis das freguesias esperam que não seja renovada sem que sejam feitas as melhorias necessárias, frisando que as populações estão “saturadas”.

Os 30 presépios serão, agora, entregues a entidades como o Presidência da República, a Comissão Europeia (que financiou a construção do aterro), o primeiro-ministro, o ministro do Ambiente, a CCDR-N, a Agência Portuguesa do Ambiente e a Inspeção-Geral da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território.

As declarações podem ser ouvidas na edição local.

VianaCar

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