Rádio Onda Viva

Emissão Online

Urgência de Cirurgia do Hospital de Barcelos vai encerrar em outubro

A urgência de cirurgia do hospital Santa Maria Maior em Barcelos vai estar encerrada durante todo o mês de outubro. Já a medicina interna mantém-se aberta apenas à semana a partir do próximo dia 7 de outubro. A decisão, explica a diretora de serviço de urgência, Helena Martins, surge na sequência da recusa de vários médicos em fazer mais de 150 horas anuais de trabalho extraordinário. A situação, já avisou a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), pode vir a afetar mais de duas dezenas de hospitais em todo o país.

O presidente do conselho de administração do Hospital de Barcelos, Joaquim Barbosa, garante que a resposta da Cirurgia "já está articulada" com o Hospital de Braga e explica que, dos oito médicos de fazem urgência na Cirurgia, “nenhum se manifestou disponível para fazer mais horas extraordinárias além das obrigatórias". Já na Medicina Interna, são 10 em 12 os médicos que também anunciaram recusa. "Estamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance para tentar compor as escalas de urgência, mas neste momento a situação é esta", diz Joaquim Barbosa.

O Hospital Santa Maria Maior serve os concelhos de Barcelos e de Esposende, num total de cerca de 160 mil habitantes. Com estes encerramentos, os doentes serão encaminhados para os hospitais de Braga e do Porto.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) já avisou que a situação pode não ser única e que são já mais de 1.500 os médicos que, em todo o país, entregaram as declarações manifestando indisponibilidade para fazer mais do que o limite legal de 150 horas suplementares por ano.

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, admite o risco, mas garante que está a “trabalhar para garantir que os serviços funcionem da forma possível, em cada local, com as adaptações e as contingências que venham a ter que ser necessárias em função das daquilo que aconteceu”.

Também o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, está “seriamente preocupado” com os apelos nas redes sociais para a recusa dos médicos. Fernando Araújo diz que com “um movimento inorgânico” é “mais difícil de dialogar” e que poderá por-se em causa um serviço que, em muitos locais, não tem alternativas para os utentes.

Para já, no Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde não há notícia de condicionamentos ao funcionamento da urgência.

Clique para solicitar um orçamento

RECOMENDADAS

Login