Rádio Onda Viva

Emissão Online

Aires Pereira quer nova posição conjunta contra o parque de eólicas

Das cinco sugestões feitas pelos autarcas da Área Metropolitana do Porto (AMP), só uma foi “parcialmente acolhida”. O presidente da Câmara da Póvoa e representante da AMP na comissão consultiva do parque de eólicas offshore quer ver formalizada uma nova posição conjunta dos autarcas contra o projeto.

“Das cinco sugestões feitas por nós, eles acolhem parcialmente uma, que tem a ver com as dúvidas levantadas relativamente às infraestruturas em terra. As outras não acolhem”, afirmou Aires Pereira, na reunião de conselho metropolitano do Porto, que decorreu anteontem.

O edil quer ter a posição conjunta dos concelhos afetados – Póvoa, Vila do Conde, Matosinhos e Gaia -  ainda hoje para apresentar na próxima reunião da comissão consultiva, marcada para amanhã.

“Estamos a falar de um projeto que irá afetar o país, no mínimo, nos próximos 20 anos, e querem fazer tudo isto em cima do joelho”, critica o autarca, a quem o parecer da comissão consultiva, recebido quinta-feira à noite, “parece muito, muito precipitado”.

Aires Pereira lembra que o parque irá afetar “de forma grave a pesca artesanal”, reduzindo a área disponível para a pesca e, como tal, quer ver os quatro concelhos “votar contra”, em “defesa dos interesses” dos pescadores e da região. A única questão objetiva que foi retirada, recorde-se, foi a afetação de uma zona, situada a três quilómetros da costa, ao largo de Matosinhos.

“Não podemos deixar de votar contra um assunto tão mal estudado, tão mal explicado e com tanta precipitação na montagem de um sistema de energia eólico offshore em mais de 10 gigawatts, que é uma coisa verdadeiramente inexplicável. Os espanhóis estão a fazer três gigawatts. Em Portugal, pensa-se sempre à grande”, criticou o autarca, que lamenta a falta de estudos suficientes relativos aos impactos que o projeto terá. Não há sequer, lembra, um estudo de impacto ambiental, não se sabe quem vai compensar a pesca pelos prejuízos, nem que consequências a instalação de dezenas de torres terá nos stocks de peixe da nossa costa.

Numa primeira fase, o governo quer colocar a concurso três áreas Viana do Castelo, Leixões e Figueira da Foz com uma capacidade instalada de 3,5 gigawatts. O concurso para este primeiro lote de parques no mar deverá avançar até ao final deste ano.

OP Automóveis

RECOMENDADAS

Login