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Aumento do preço da água gera mais críticas

O aumento, na Póvoa de Varzim, de 2,7 por cento na tarifa da água, saneamento e resíduos - em vigor desde o início deste mês - suscita também o protesto do PCP e do Bloco de Esquerda, depois do PS ter feito o mesmo, mas nesse caso na vereação, expressando o voto contra a proposta da maioria PSD, como lhe contámos na Onda Viva (recorde aqui).

Ora, ontem a Comissão Concelhia da Póvoa de Varzim do Partido Comunista Português emitiu um comunicado para transmitir a “preocupação” com a medida que, no seu entender, representará "mais um acréscimo na degradação das condições de vida dos poveiros e das pequenas e médias empresas do concelho”, isto  “num momento em que o custo de vida aumenta sucessivamente”.

Os comunistas dizem que, pelo contrário, a Câmara até tem condições para reduzir o preço da fatura, como ficou comprovado aquando da discussão, na assembleia municipal, do orçamento para este ano. Aliás, o PCP diz que nessa sessão, da assembleia, o presidente da Câmara “não se referiu a este aumento” (...) quando deveria ter colocado essa possibilidade em cima da mesa”.

Fê-lo mais tarde, aos jornalistas no final de uma reunião de executivo, explicando que o aumento, que já não acontecia desde 2009, será “residual”:  “51 cêntimos/mês para [um consumo de ] cinco metros cúbicos (m³), de 81 cêntimos/mês para 10 m³ e de 1,15 euros/mês para 15 m³ de consumo”.

Pois, o PCP diz que “não acompanha” a desvalorização do presidente à dimensão do aumento uma vez que Aires Pereira "por certo não viverá nem sentirá as dificuldades de milhares de poveiros”, lê-se no comunicado do PCP.

Antes, também o Bloco de Esquerda (BE) tinha vindo a público dizer que considerava “um agravamento incompreensível do preço da água, para todas as famílias, empresas, associações e mesmo instituições sociais, em que cada cêntimo a mais nas suas despesas, conta”.

Os bloquistas vinca que “muitas famílias” estão em “situação de carência económica, agravada pela crise inflacionária” e com “dificuldades em cumprir o pagamento das despesas fixas”.  Socorrendo-se de “dados recentes da Direção Geral de Energia e Geologia”, o BE na Póvoa de Varzim “existem 6257 agregados beneficiários da tarifa social de energia e 544 da tarifa social de gás natural”. Assim sendo, desafia o BE, “é hora da aplicação da tarifa social da água automática e assim acompanhar a tarifa social de energia”.

Na mesma tomada pública de posição, o Bloco de Esquerda considera “curioso” que o aumento tenha sido anunciado no final da mesma reunião de câmara, “entre o natal e o fim de ano”, em que a maioria PSD deu conta da obtenção, pelo município,  da “distinção de Autarquia Mais Familiarmente Responsável", uma iniciativa da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas”. “De que valem as distinções em papel, se na prática é um executivo insensível à crise social e aos que mais precisam”, questiona o BE.

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