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Mais um acidente reacende protestos

O acidente com uma embarcação que lhe demos conta na jornada informativa da manhã de ontem (recorde aqui) está a suscitar protestos dos pescadores e também do presidente da Câmara de Esposende. O presidente da Associação dos Pescadores refere que o sucedido só “não matou ninguém por sorte” e volta a dizer que “a barra não tem condições”  obrigando a saídas ou entradas arriscadas. No caso da “Avó Dina”, assim se designa a embarcação afetada na madrugada de ontem, o que aconteceu é que uma onda “atirou a embarcação para fora”, contou Augusto Carneiro citado pelo jornal Diário do Minho. O proprietário da embarcação “tem tudo perdido” dado que só os 30 mil euros de prejuizo com os dois motores demoram “muitos anos” a conseguir na pesca, esclarece o dirigente.Também o presidente da Câmara de Esposende, Benjamim Pereira, disse à Agência Lusa que o acidente “ é mais um episódio e o prenúncio daquilo que pode ser um dia uma catástrofe”. Benjamim Pereira considera que se verifica “situação de grave perigo” na restinga e na barra e exige da Administração Central  “obras duradouras” para proteção de “pescadores e da própria cidade”.O autarca regista que “ao longo dos anos têm sido feitas intervenções como soluções a curto prazo” mas sem resolver a “questão de fundo”: “um problema de uma restinga destruída e de um rio completamente assoreado”. O edil alerta que “não é só a atividade piscatória que está em causa mas também as populações e estabelecimentos porque se há uma grande tempestade, habituais nesta zona, há cerca de meio quilómetro da costa que fica em risco”.Há um plano municipal para “para retirar as pessoas do local numa urgência mas não pode evitar os danos materiais”, explica Benjamim Pereira que quer ver a questão enquadrada de proteção Civil, de defesa da população, para além das vertentes ambiental e económica. “Já houve várias reuniões entre a autarquia e as entidades envolvidas, a Polis, a Agência Portuguesa do Ambiente, o ministério com a tutela das pescas, há projetos, a autarquia está disposta a financiar as obras, se for esse o caso, mas tudo acaba por esbarrar em burocracia”, lamentou.A Câmara Municipal de Esposende apresentou uma candidatura ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), denominada de Estudo de caracterização de riscos e programa de intervenção para a proteção da Restinga de Ofir e Barra do Cávado, que ainda aguarda implementação. O autarca referiu ainda estar a aguardar uma reunião com o ministro do Ambiente para discutir a “questão da barra e restinga” de Esposende. Recorde-se que em 2015 foi feita uma dragagem e uma empreitada de reforço da restinga através da colocação de geocilindros, tendo sido necessária mais uma intervenção em 2016 e no ano de 2018 foi efetuada uma nova retirada de areia da Barra do rio Cávado, mas o problema volta sempre .“Há 200 anos que se fazem intervenções mas não se resolve o problema de fundo”, finalizou Benjamim Pereira.

VianaCar

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