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Surto mortal: novos dados, mas o mistério continua

Das 15 mortes associadas ao surto de “legionella” que atingiu a região de Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Matosinhos e Maia só nove é que podem ser atribuídas à chamada “Doença do Legionário”, isto segundo o que disse no parlamento a Diretora Geral de Saúde. Numa iniciativa do PSD, Graça Freitas foi chamada à Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território e afirmou que nos"15 óbitos considerados [no surto], algumas vítimas tinham outras comorbilidades associadas, nomeadamente covid-19, em dois dos casos".E disse mais: "Quando se codificou as causas das mortes, foram considerados 88 casos e 9 mortes óbitos atribuíveis à 'legionella'. Duas mortes foram atribuídas à infeção por SARS Cov2 e as outras a patologias graves avançadas em doentes também com idade avançada". Sobre a atuação da Direção Geral face ao surto do final de 2020, a responsável disse que o organismo que dirige recebeu a informação da situação no dia 5 de novembro, mas esclareceu que a gestão deste tipo de surtos "é feito primordialmente pelas Autoridades de Saúde locais e depois pela Autoridades de Saúde regionais".Também chamado foi à presença da comissão parlamentar foi o Inspetor-geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT), que adiantou ter remetido às autoridades de saúde os dados das empresas com processos de arrefecimento de água e “num universo de 45 ações, feitas em 2019 e 2020, onde foram inspecionadas três instalações em Vila do Conde e duas em Matosinhos, com esse sistema, mas em que os relatórios não revelaram indícios de existência da bactéria", garantiu José Brito e Cunha. O Inspetor-Geral disse ter sabido pela Comunicação Social do encerramento das torres de refrigeração das empresas Ramirez [ligada à atividade conserveira] e Longa Vida [dedicada aos produtos lácteos], ambas em Matosinhos, mas revelou que "estas duas não fazem parte da ação da IGAMAOT", apontando que "as obrigações da fiscalização se encontram repartidas por diferentes entidades". Finalmente Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), disse que "de acordo com legislação recente, de 2018, a APA não detém competências nesta matéria" e por isso não acompanhou o surto. O foco da doença continua assim a ser desconhecido, mas recorde-se que o Ministério Público tem aberto um inquérito para descobrir precisamente a origem da maleita.Recorde-se que a sucessão de casos, levou as autoridades de saúde a fazerem análises nas redes de distribuição públicas de água e também em empresas com torres de refrigeração dos concelhos.Em novembro a fábrica de lactcínios Longa Vida, em Matosinhos, desligou preventivamente os equipamentos, depois de ter sido detetada a bactéria no local, mas a empresa garantiu não ter recebido "informação sobre a correlação entre a presença desta bactéria" nas torres de refrigeração e a origem do  problema. A 13 de janeiro, em audição parlamentar, a Administração Regional de Saúde de Norte (ARS-N) deu por extinto o surto, atualizando em 88 casos e 15 mortos, o balanço final da ocorrência.

 

 

VianaCar

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