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Naufrágio: tudo o que já se sabe

Terá sido uma inesperada vaga de mar a provocar o naufrágio da embarcação “Mestre Silva”, matriculada na Póvoa de Varzim e que operava a partir de Leixões. Uma onda tão forte e traiçoeira que não deu tempo para nada à tripulação. Pelo menos foi essa a hipótese adiantada por José Festas, presidente da Associação Pró-Maior segurança dos Homens do Mar que tem acompanhado as famílias dos pescadores e que ontem esteve no hospital S. Sebastião, em Santa Maria da Feira, para onde foi levado o sobrevivente, Rafael Marafona Silva, de 54 anos, de Vila do Conde, o mestre do barco. Ele foi recolhido a cerca de 15 quilómetros da costa de Esmoriz, junto dos destroços da traineira. Apresentava um quadro de hipotermia, mas encontra-se bem fisicamente, apesar de estar em choque pelo sucedido. O  mestre que estava na casa do leme aproveitou o facto da porta estar aberta para saltar para a água e agarrar-se aos restos mortais do seu próprio barco. Esteve assim uma hora e meia até chegar um helicóptero da Força Aérea que o levou para terra firme.

O pedido de socorro nem sequer foi feito via rádio, mas pelo sistema de aviso de uma bóia ao entrar em contacto com a água. O barco, com 12 metros de comprimento, tinha estado na revisão em junho e dispunha de todos os equipamentos de segurança de acordo com o projeto desenvolvido pela associação de José Festas. A verdade é que, pelos vistos, nenhum dos tripulantes tinha envergado coletes salva-vidas, um assunto que nestas alturas costuma vir à baila, mas para o dirigente não é o momento para se abordar essa questão até porque foi uma "volta de mar" a provocar o incidente que terá apanhado tripulação desprevenida, sem tempo para se salvar. 

Do naufrágio há um falecido a lamentar.  Chama-se António Cristelo de Sousa, de 52 anos, natural da Póvoa de Varzim e residente em Aver-o-Mar. Era um pescador experiente que tinha estado no Brasil e no Panamá e que agora, com os dois filhos já criados, tinha optado por ficar mais perto de casa.  Foi recolhido por um outro barco de pesca, denominado “Jorge Santos” que estava nas imediações e que, tal como um navio mercante, correspondeu ao apelo das autoridades para ajudar nas operações de socorroHoje prosseguem as operações de busca e salvamento por mar e pelo ar para encontrar os três pescadores desaparecidos: António Fangueiro, de 64 anos, das Caxinas, e os dois cidadãos indonésios com 33 e 36 anos de idade.

As declarações podem ser ouvidas na edição local.

  

VianaCar

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