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Moradores fartos dos esgotos que caem em garagem

Os esgotos do edifício Alto-Mar, na praceta do Orfeão Poveiro, estão, desde Fevereiro, a cair nas garagens. Há duas semanas a situação piorou e, durante 15 dias, a Garagem B esteve inundada de dejetos, sem que os moradores pudessem sequer estacionar os carros. Orlanda Barbosa é a presidente da comissão de moradores que administra as garagens por baixo do edifício Alto Mar. A mulher acusa a empresa que administra “a torre”, a CondomínioPóvoa, de ter sido notificada do problema em Fevereiro e nada ter feito para reparar os canos - que embora passem no teto da garagem são pertença do edifício - e desentupir as caixas de saneamento.

Para além do lago de dejetos que se formou nas garagens, onde, do teto, os canos vertem o saneamento das 56 frações do edifício Alto Mar, Orlanda Barbosa diz que os moradores “não aguentam com o cheiro”, que se sente dentro de todos os prédios na envolvente da praça. A moradora diz que há “má vontade” da CondomínioPóvoa, que num documento enviado há duas semanas, diz desconhecer o problema, mas cujo administrador, garante, estaciona o carro naquelas mesmas garagens.

A situação, explica ainda a moradora, é recorrente. Aconteceu em 2012, voltou o ano passado e, por diversas vezes, inundou o Centro Comercial Premar, onde os lojistas, fartos de dejetos e maus cheiros, selaram as três caixas de saneamento que, vindas do edifício Alto Mar, estão instaladas na galeria. Agora, foram as garagens. A culpa, diz quem por ali mora, é da falta de manutenção nos canos do Alto-Mar e da estação elevatória, situada no meio da Praceta Orfeão Poveiro, que “passa mais tempo avariada do que a funcionar”. Sem escoamento, o saneamento volta para trás e acaba por rebentar os canos. A Câmara, diz Orlanda Barbosa, foi notificada da situação. Os técnicos andaram no terreno, mas até agora nada foi feito.

Um dia depois da Rádio Onda Viva ter estado no local, a CondomínioPóvoa mandou limpar a garagem, mas o problema, diz Orlanda Barbosa, mais dia menos dia, “vai voltar”. A Câmara diz que a estação elevatória, ali colocada provisoriamente em 1980, é pertença dos vários condomínios da praça, situada em pleno centro da cidade, com ligação pública, rodoviária e pedonal, à Avenida Mouzinho. Os moradores, garantiu o vice-presidente, Luís Diamantino, ficaram de fazer uma nova estação elevatória e só depois passar a gestão para a Câmara. Quem ali mora, diz que a praça é pública e que, havendo ali 300 frações a pagar taxas de água e saneamento, devia ser a autarquia a resolver o problema.

As declarações podem ser ouvidas na edição local.

     

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