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Exemplo para o Desporto é de Vila do Conde

O vila-condense José Ramalho recebeu o prémio de Ética Desportiva do Comité Olímpico Português. Uma atribuição que teve em conta a capacidade de sofrimento que o atleta demonstrou no Mundial de Maratonas relizado em setembro, na vila do Prado.O canoista do Fluvial teve um problema na embarcação logo no arranque, teve de parar duas vezes para reparação, chegou a estar na posição 27, mas fez uma recuperação épica terminou no sexto lugar. Terminou exausto, mas com fibra de campeão, como então foi reconhecido. Já agora digo-lhe que o prémio de excelência desportiva de esta ano foram para Fernando Pimenta, também da canoagem, e inês Henriques, do atletismo

Eis o texto do COP sobre José Ramalho:

O Prémio Ética Desportiva destina-se a premiar ações relevantes em prol dos princípios e valores da ética no desporto, suscetíveis de constituir exemplos virtuosos e pedagógicos e pode ser atribuído a atletas, dirigentes, treinadores e outros agentes desportivos ou profissões relacionadas com o desporto.José Ramalho tem no seu currículo desportivo seis títulos de campeão da Europa de Canoagem, em maratona K1, conquistados nos anos de 2011, 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018. Na mesma categoria, ganhou uma medalha de prata e três de bronze, no Campeonato do Mundo, em 2012, 2009, 2014 e 2016.No ano de 2018, José Ramalho apresentou-se no Mundial realizado em Portugal (Prado) com legitimas ambições a competir pelo seu primeiro título de campeão, figurando entre os favoritos à vitória.

No decorrer da competição, o atleta português foi confrontado com a contingência de a sua embarcação ter partido a proa ao embater noutra, o que o fez perder distância para o grupo da frente. José Ramalho percorreu 3,6km (uma volta completa ao circuito) com a embarcação a meter água.Na segunda volta, na entrada da portagem, o técnico nacional tentou resolver o problema com fita-cola, solução que se revelou infrutífera e levou José Ramalho a perder ainda mais terreno para os competidores que lideravam a prova.Foi na segunda portagem – já na terceira volta – que o canoísta português fez nova paragem para reparação da embarcação, desta vez por um técnico especializado, o que o fez perder mais de um minuto, deixando-o a 600 metros da liderança.Demonstrando respeito pelos adversários e pelo imenso público que o apoiava, José Ramalho manteve-se em prova e foi nestas condições que empreendeu uma recuperação, com tempos por volta de menos 40 segundos do que os registados pelo grupo da frente, tendo conseguido a recolagem.

Na penúltima portagem, porém, voltou a perder o grupo da frente. Mas, apesar dos evidentes sinais de cansaço, na última volta José Ramalho voltou a reunir todas as suas forças e, a faltarem 100 metros para finalizar os 30 km de prova, estava novamente no grupo da frente, posicionado no 2.º lugar à passagem da portagem. No sprint final, completamente esgotado e apesar da sua enorme generosidade, José Ramalho classificou-se na sexta posição a apenas alguns segundos das medalhas.A conduta de José Ramalho figura como um testemunho vivo dos valores e princípios do desporto, através da superação competitiva e respeito pela competição, pelos adversários e pelo público presente, num exemplo de atitude que encerra um apurado sentido ético em relação à forma de estar na vida e competir na sua modalidade de eleição.

As declarações podem ser ouvidas na edição local.

  

 

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